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Alergista do Provida esclarece a segurança do uso de contraste na realização de exames

O uso dos químicos foi motivo de dúvidas, após a morte de uma catarinense de Rio do Sul falecer por choque anafilático


A Polícia Civil encerrou, recentemente, o inquérito que investigava a morte da catarinense Letícia Paul, de 21 anos, que sofreu um choque anafilático após realizar um exame de tomografia, em Rio do Sul. Conforme as investigações, com base em imagens, documentações, prontuário e perícias, ficou concluído que não houve irregularidades na condução do exame, que todos os procedimentos adotados pelos médicos e pelo hospital estavam corretos. Inquérito que foi finalizado sem indiciamentos.

Para o alergologista do Complexo Médico Provida, Dr. Gil Bardini, alergias por contraste podem se manifestar sim, mas de forma leve e autolimitada.

“As reações alérgicas graves são muito raras de acontecer. No geral, pacientes com história prévia de alergia a contraste ou outras alergias (como asma, alergia medicamentosa ou atopia) apresentam risco aumentado, com incidência de reações aproximadamente duas vezes maior do que a população geral. Outros fatores de risco incluem idade jovem, menor de 50 anos, sexo feminino e histórico familiar de reação ao contraste. Podemos resumir que a alergia a contraste não é uma reação comum, mas deve ser considerada devido ao potencial de gravidade, especialmente em pacientes com fatores de risco conhecidos. A maioria das reações é leve, como urticária, prurido ou náusea, e ocorre nos primeiros minutos após a administração. Reações fatais são extremamente raras, estimadas entre 1 a 3 por 100.000 administrações”, informa Dr. Gil.

Entre os contrastes utilizados na realização de diagnósticos possíveis de causar alergia em pacientes mais sensíveis, o médico destaca os iodados (utilizados principalmente em tomografia computadorizada) e os à base de gadolínio (utilizados em ressonância magnética) que apresentam diferentes perfis de risco para reações alérgicas. No grupo dos contrastes iodados, os agentes de alta osmolaridade (antigos, iônicos) estão associados a maior risco de reações de hipersensibilidade, mas atualmente são pouco utilizados.

“No Provida usamos o princípio ativo iopromida, meio de contraste iodado não iônico com menor osmolaridade e menor risco de reações adversas em comparação aos contrastes iônicos mais antigos. No caso dos agentes de contraste à base de gadolínio, as taxas de reações alérgicas são globalmente mais baixas do que as dos iodados, mas também variam conforme a estrutura química, sendo seguros para os pacientes”, ressalta.

Reações alérgicas a contraste mais comuns

As reações adversas mais comuns em pessoas com alergia a contraste utilizado em exames de imagem são predominantemente cutâneas e respiratórias.

“Os sintomas mais frequentes incluem urticária, prurido, eritema e angioedema, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação, geralmente nos primeiros minutos após a administração do contraste. Reações respiratórias, como broncoespasmo, dispneia, tosse e, em casos mais graves, edema de laringe e insuficiência respiratória, podem ocorrer e requerem atenção imediata. Sintomas cardiovasculares, como hipotensão, taquicardia e, raramente, choque anafilático, são menos frequentes, mas representam risco significativo quando presentes. Além das manifestações imediatas, reações tardias (após 1 hora da administração) podem ocorrer, sendo principalmente exantemas cutâneos, como rash, vermelhidão, edema e prurido, que podem se manifestar até vários dias após o exame”, alerta Dr. Gil.

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